5.10.07

CASTELO DE WARWICK DA INGLATERRA



Warwick é um dos maiores castelos da Inglaterra. A primeira construção neste local foi erigida em 914, por ordem de Ethelda, filha do rei saxão Alfred. Seu objetivo era proteger o povoado das invasões Vikings. Após a chegada de William, tudo mudou na ilha. Pouco a pouco ele e seu exército Normando foram conquistando os territórios saxões, e construindo castelos para assegurar seu domínio. Warwick foi um destes, e sua construção foi iniciada em 1068.

De inicio bastante rudimentar, em nada era semelhante ao que hoje existe. O local escolhido, junto ao rio Avon, garantia o controle de eventuais embarcações ameaçadoras. Em 1088, William concedeu à Henry de Beaumont a posse das terras de Warwick. Embora tosco, o castelo original já tinha seu Great Hall. Este aposento, presente em todos castelos, era sempre a peça maior e mais importante, e servia como centro do castelo.

No Great Hall eram realizados os banquetes, recepções, julgamentos, importantes audiências e outro eventos promovidos pelo senhor do castelo. O local também servia como dormitório. Assim, é de se esperar que o ambiente não fosse muito limpo. As precárias condições de higiene da época, somadas ao odor natural das pessoas que quase nunca tomavam banhos, ventilação deficiente, poeira, fumaça e resíduos do fogo da lareira central, geralmente davam um cheiro característico e nada agradável ao principal aposento do castelo.

Depois de Henry de Beaumont, cinco gerações sucessivas usaram o título Conde de Warwick, até que o último membro da linhagem, Thomas de Beaumont morreu em 1242 sem deixar herdeiros. Como conseqüência, o castelo, as terras e o título passaram à sua irmã, Margaret e seu marido John De Plessis, os quais providenciaram, em 1260, que toda a estrutura de madeira do castelo fosse substituída por pedras.

O Great Hall que hoje vemos em Warwick (foto 3, abaixo), teve sua construção iniciada no século 14, foi reconstruído no século 17, destruído por um incêndio em 1871, e novamente modificado no século 19. É o maior e mais impressionante aposento do castelo. Lá estão em exibição armaduras diversas do século 16, e um grande caldeirão, conhecido como Guy’s Porridge Pot (Pote de Porridge de Guy). O Nome Guy é em referência ao décimo senhor e conde de Warwick, e Porridge é o nome de um prato muito popular nesta região.

Margaret e John de Plessis não deixaram herdeiros, assim Warwick passou às mãos de seu primo William Mauduit em 1263, o qual ganhou o título de Barão. Mas como resultado de disputas entre nobres e o rei, e como William havia escolhido o lado errado para lutar, acabou perdendo o castelo e foi aprisionado. Seu sobrinho William de Beauchamp foi o próximo a herdar a propriedade. Como comandante militar durante o reinado de Edward I, William acumulou muitas glórias e fortuna, e Warwick passou a ser o retrato deste sucesso. Foi este o início de um período de 148 anos de esplendor para o castelo.

O filho de William, Guy de Beauchamp, deu seqüência aos anos de glória, e chegou a ser um dos membros da ordem de condes cavaleiros conhecida como Ordainers, que chegaram a ter muita influência sobre o rei e sua forma de governar. Um de seus inimigos políticos, acusado como responsável pelos gastos exagerados da realeza, Sir Gaveston, foi trazido à Warwick, julgado numa assembléia realizada no Great Hall, condenado por traição, e logo após, levado para a colina ao lado do castelo, onde foi decapitado. Abaixo, foto batida no portão principal do castelo.


O filho de Guy, Thomas de Beauchamp, nascido em 1329, chegou a ser um dos cavaleiros preferidos do rei. Teve atuação destacada na Guerra dos Cem Anos, contra a França, participou das batalhas de Crecy (1346), e Poitiers (1456), e chegou a ocupar o posto de conselheiro militar de Black Prince (o Príncipe Negro), um dos monarcas mais míticos da história da Inglaterra.

Thomas foi ainda o responsável pelo início das grandes reformas ocorridas em Warwick no século 14. É deste período a construção das grandes torres e da muralha de pedra do castelo. Um dos pontos de história mais horripilante do castelo é sua masmorra (Dungeon), acessível através de vinte e quatro estreitos degraus ao lado da grande torre. Aquela peça com paredes de pedra, encravada no subsolo, escura e sem ventilação, recebeu muitos hospedes, inclusive diversos franceses.

Ainda mais aterrorizante era a masmorra da masmorra, o que na prática nada mais era que um buraco no fundo da masmorra, e graças à isto passou a ser conhecida pelos prisioneiros franceses como oubliete, o que significava que os ali jogados estavam fadados a morrer no esquecimento

Uma das mais famosas vítimas da masmorra de Warwick foi o próprio rei Edward IV, capturado durante a Guerra dos Roses. Para quem se interessar pelo assunto, uma amostra dos horrores e equipamentos de tortura encontrados nas masmorras da idade média pode ser visto no museu de cera London Dungeon, em Londres.

Após tantas guerras o castelo ficou muito danificado, e em 1604 foi entregue pelo rei James I à Sir Fulke Greville, mas este foi assassinado em 1628 na torre conhecida com Ghost Tower (torre fantasma) de Warwick, e a propriedade passou à seu filho, Robert Greville, conhecido como 2o Lord Brooke. Este deu início à uma ampla e custosa reforma no castelo, que fez com que Warwick voltasse a mostrar a imponência de outras épocas.

Com a chegada do século 18 Warwick entrou num período ainda mais próspero, com nova decoração interna, e aquisição de tapeçarias, pinturas e mobílias de várias épocas. Em 1978, David Greville vendeu o castelo para o grupo Tussaud, controlador dos famosos museus de cera europeus, o qual continuou a realizar grandes obras no castelo, e abriu novas áreas à visitação pública.

Hoje, a visita ao Castelo de Warwick é uma experiência memorável. O conjunto de jardins, torres, salões, masmorra, aposentos reais e dos serviçais, bem como suas mobílias, vestimentas, armas medievais, armaduras, retratam com exatidão e rigor toda a rica história de um dos maiores e mais famosos castelos da Inglaterra. Mais informações em Warwick.

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