19.8.07

O Lado Escuro do Gênio - revista cover guitarra

O Lado Escuro do Gênio
Idolatrado e odiado por milhões de pessoas ao redor do planeta,FRANK ZAPPA
foi um dos mais controversos e lúcidos personagens da história da música contemporânea.
Por Regis Tadeu


Mas a genialidade de sua música escondia uma figura muito diferente daquela que as pessoas viam nos palcos. Publicada originalmente na edição 5 da revista Mosh, esta matéria permite que se entenda a verdadeira identidade de um dos raros músicos que peitaram o sistema de maneira inteligente, racional e absurdamente cáustica

Para quem viveu naquela época, os anos 60 foram assustadores e excitantes ao mesmo tempo.
Enquanto a liberdade dos sentidos era estimulada de maneiras lícitas e ilícitas, a repressão da sociedade voltada à moral e aos bons costumes se via às voltas com contestadores das mais variadas estirpes.
Filho de um meteorologista do exército americano, Zappa foi um produto dessa época extremamente frutífera para se exercitar a sátira e a crítica social. Sua rota de vida foi alterada em 1954 quando, ao ler uma revista, se interessou por uma reportagem sobre Sam Goody, dono de uma pequena gravadora especializada em lançar “música esquisita”.
Em 62, ao passar dez dias preso acusado de distribuir material pornográfico sob a forma de gravações – na verdade, uma brincadeira entre ele e sua namorada na época -, Zappa percebeu que não precisava se esforçar muito para exercitar sua rebeldia pós-adolescente, construída na escola onde era um aluno medíocre e entediado, mas considerado como o palhaço da classe.

Ao longo de sua carreira, Zappa foi muitos em um só. Com seu grupo Mothers of Invention, ele se tornou cult na cena freak de San Francisco a partir da segunda metade da década de 60. Foi o mais cáustico crítico da hipocrisia e do conformismo bunda-mole reinante na sociedade ocidental, cujos principais alvos eram a Igreja e o próprio Estado.
Sua integridade artística e sua brilhante mente musical conseguiam absorver todos os estilos possíveis e imagináveis, cuja metodologia incluía a sátira e o experimentalismo. Ele foi um dos primeiros a combater a frivolidade da sociedade consumista americana, o vigilante autoritarismo do governo e o imenso poder da mídia como instrumento de manipulação. De modo quase profético, ele colocou o dedo na ferida da possível ilegalidade da música em obras como Joe’s Garage, alguns anos antes de enfrentar o mesmo problema no mundo real com o surgimento da temida e ridícula associação moralista PMRC (Parent’s Music Resource Center), formada por mulheres de políticos de Washington e liderada por Tipper Gore, mulher de Al Gore, vice-presidente dos EUA no governo Clinton e candidato derrotado do Partido Democrata à Presidência, em 2000, contra George W. Bush.
utro revés aconteceu quando foi indicado ao governo americano para o cargo de adido cultural da República Tcheca - uma solicitação feita pessoalmente pelo presidente Vaclav Havel, um assumido fã.
A indicação foi sabotada pelo então Secretário de Estado James Baker, cuja esposa – Susan – foi uma das fundadoras do PMRC que Zappa tanto combateu. A isso se dá o nome de “retaliação”. Morto em dezembro de 93, aos 52 anos, por causa de um devastador câncer na próstata, Frank Zappa se tornou uma das figuras mais polêmicas e importantes da história da cultura norte-americana.


O outro lado do espelho
Mas havia um outro Zappa. Inúmeros músicos que trabalharam com ele ao longo de sua carreira ficaram anos em silêncio a respeito do despotismo com que o genial guitarrista tratava sua banda - quaisquer que fossem seus integrantes - ou mesmo sobre a verdadeira face da figura pública e polêmica, conhecida apenas por quem compartilhava de sua convivência na estrada e no seu empoeirado estúdio, os dois locais onde ele mais passou o tempo de sua vida. Com sua morte, muitos desses mesmos músicos sentiram-se livres para falar abertamente sobre como eram as coisas naqueles tempos. Em várias ocasiões, Zappa desdenhou a respeito da contribuição dos músicos em cada um dos arranjos. Tempos depois, chegou a enfrentar processos, pois negava-se a pagar royalties para seus “empregados”. Para ele, a música vinha dos compositores, não dos músicos.

2 comentários:

Anônimo disse...

po eu tinha visto isso
la no site da carla
muito foda
tava procurando pra passa pro jimmy
mais sei la onde foi para la no site dela
puts eh foda d+ isso
flwwwwwwww

Anônimo disse...

ae prisceleeeeeeeenhaaaa
cara vlw pela livro do frank depois ue te devolvo
livro iper super fodacerassssssssss
vlw
t+ no MANI EHM!!