5.10.07

CASTELO BLACKNESS



A importância do local onde foi construído o castelo de Blackness está intimamente ligada ao mar. Durante a época medieval a baía de Blackness era o único acesso marítimo para a cidade de Linlithgow, pois disto dependia o desenvolvimento da região desde o início do século 13. A importância do porto aumentou ainda mais quando Linlithgow foi escolhida como residência da família real Escocesa.
Historicamente, as primeiras referências ao castelo de Blackness só aparecem em 1449. Naquele ano os senhores da região de Blackness pertenciam ao Clan Crichton, um dos mais poderosos da Escócia. Foi Sir George Crichton, duque de Caithness, almirante Escocês e Sheriff de Linlithgow quem decidiu construir uma fortificação na entrada da baía. Aparentemente sua decisão foi tomada em função dos freqüentes ataques praticados pelo Clan Douglas à cidade de Edinburgh

O projeto do castelo foi adaptado ao terreno existente, uma longa e estreita rocha, entrando rio adentro. A posição desta rocha, cercada de água por três lados, lhe conferia uma situação estratégica excelente, e o resultado obtido, com uma linha poligonal de muralhas envolvendo o conjunto, acabou dando à Blackness a aparência de um castelo em forma de navio. Até hoje ainda existe quem se refira àquele ponto como o navio que nunca afunda. Efetivamente, se observado de certo ângulo, o castelo dá realmente a impressão de ser um navio de pedras.

A muralha em torno do castelo no início não era muito alta, se comparada à outras da mesma época. Sua torre central, que aparece nesta foto, foi construída no mesmo período, junto com as acomodações residenciais e um grande salão para banquetes e eventos especiais, no lado sul. Sua primeira utilização militar foi em 1449, como prisão de estado, função que o castelo continuou desempenhando por mais 250 anos.

A foto acima foi batida no pátio interno de Blackness, junto à sua torre principal. Blackness só atingiria o status de castelo real em 1453, quando o rei James II apropriou-se das terras de Sir George Crichton. A administração do castelo foi entregue então ao novo Sheriff de Linlithgow. A partir daí o castelo teve suas fortificações reforçadas, chegando a transformar-se na mais poderosa fortaleza da Escócia da época. Foram instaladas plataformas para canhões e suas muralhas foram engrossadas, refletindo a apreensão cada vez maior de seus engenheiros com a importância da artilharia, uma novidade para a época.

Este foi um período difícil nas relações entre Escócia e Inglaterra, e o poderio de Blackness refletia estas preocupações. Estas técnicas construtivas já haviam sido utilizadas na Escócia, durante a construção dos castelos de Dunbar e Tantallon. O teste de fogo do castelo aconteceu em 1650, durante a invasão da Escócia pelas tropas de Oliver Cromwell. O castelo foi sitiado e duramente bombardeado por mar e terra. A rendição foi inevitável, mas mesmo assim, seus guardiões só se entregaram quando o castelo estava praticamente em ruínas. Após o tratado de união assinado entre Escócia e Inglaterra, em 1707, e que permitiu a formação do Reino Unido, Blackness ficou sem função militar. Voltou então a ser usado como prisão de estado, principalmente para os 45.000 soldados franceses aprisionados durante a guerra de 1759 a 1815.

Em 1912 o castelo foi definitivamente aposentado da vida militar e incorporado aos monumentos históricos do Reino Unido. Foi a partir daí submetido à uma ampla reforma e voltou a apresentar a aparência que tinha na época medieval. Blackness fica muito perto da cidade de Edinburgh, e é fácil chegar lá. Ao sair de Edinburgh basta seguir as auto-estradas M8 e M9 até a saída 3, e depois seguir pela B903 até a beira do mar.
Quando estivemos lá ventava incrivelmente, e quase fomos arrastados pelo vento escocês. O castelo fica praticamente deserto, e pode-se caminhar por ele à vontade e também subir a torre. O ideal é visitar Blackness e depois seguir até o Linlithgow Palace (veja link ao lado), o qual está situado apenas 10 km mais adiante. Mais detalhes em Blackness

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